Arruda exagera ao falar de hospital atrasado do governo do Paraná
Em afirmação sobre unidade em Telêmaco Borba, candidato aumentou percentual concluído da obra e situação de equipamentos
“Com 95% da obra concluída [em 2010], os equipamentos já tinham sido entregues e o hospital [de Telêmaco Borba] ficou parado durante esses sete anos”, disse o candidato do MDB ao governo do Paraná, o deputado federal João Arruda, no dia em que lançou sua candidatura. Ele sugeriu, assim, que o governo de Beto Richa (PSDB), seu adversário político, deveria ter colocado a unidade para funcionar.
O Truco nos Estados – projeto de fact-checking da Agência Pública, feito no Paraná em parceria com o Livre.jor – leu diários oficiais, pesquisou jornais e inquiriu a secretaria estadual de Saúde (Sesa) sobre o hospital que demorou 10 anos para ser aberto. Semiaberto, aliás. Internações só em outubro deste ano, depois do primeiro turno das eleições.
Um relatório elaborado em 2011 por comissão técnica da secretaria da Infraestrutura e Logística (Seil) sobre o estado da obra do Hospital Regional de Telêmaco Borba aponta que só 86,15% da obra estavam prontos, diferente dos 95% ditos pelo candidato João Arruda. E, em nota oficial, a Sesa disse que 35% do concluído precisava de correção. Pela diferença, a frase foi considerada exagerada.
Tem mais: os equipamentos haviam sido comprados, mas não instalados. Diante do diagnóstico feito pela Seil, o governo rescindiu com a empreiteira responsável. Até aí, tinham sido gastos R$ 16,9 milhões com o Hospital Regional de Telêmaco Borba. Mudou-se o projeto e nova licitação ocorreu. Custou mais R$ 9,8 milhões e sete anos para que a obra finalmente fosse concluída – só em 2018.
Rivalidade histórica
Em 2010 houve uma troca de clã político no comando do Paraná: depois de oito anos, saiu Roberto Requião (MDB) e entrou no seu lugar Beto Richa (PSDB), que passou outros oito anos à frente do Estado. Os dois já eram rivais naquela época e agora se enfrentam de novo, disputando uma vaga ao Senado.
Por isso a escolha do Hospital Regional de Telêmaco Borba como exemplo é carregada de significado. Sobrinho de Requião, João Arruda vê na demora em “concluir” a obra um problema grave de gestão.
Foi Requião quem iniciou a obra em 2008. Um terreno de 36 mil m² foi adquirido da madeireira Klabin e um prédio de 7,2 mil m² de área construída foi projetado. Teria mais de 100 leitos, clínica médica, pediatria, obstetrícia e complexidade para cirurgias. Atenderia 7 municípios, nos quais vivem 190 mil pessoas.
“Hoje ele [o hospital] foi inaugurado e continua parado por falta de energia, não tem luz”, também afirmou Arruda. Como demonstra a nota enviada pela Sesa, há atendimento ambulatorial de gestantes, mas médicos ainda passam por processo seletivo. E a instalação elétrica funciona, mas precisa ser “redimensionada” – pois do jeito que foi inaugurada não suportaria os leitos de UTI.
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