É fato: menos de 1% das fazendas ocupam um terço da área rural gaúcha
Crítico ao agronegócio, Roberto Robaina (PSOL) destacou a prevalência de latifúndios no meio rural em seu plano de governo, com base em dados do Censo Agropecuário do IBGE de 2006. Na nova versão da pesquisa, publicada após a redação do programa, a concentração de terras aumentou ainda mais
“Apenas 0,64% dos produtores rurais detêm 27,2% (mais de um quarto) da área agropecuária total no Estado”, Roberto Robaina (PSOL) em programa de governo, ao abordar dados do censo agropecuário do IBGE de 2006.
A campanha de Roberto Robaina (PSOL) tem sido marcada pelo discurso crítico à concessão de benefícios estatais para grandes empresas e para o agronegócio. O argumento encontra eco no programa de governo registrado pelo candidato no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Na seção em que aborda o tema, o partido destaca a importância do setor agropecuário para a economia gaúcha, e logo passa a argumentar sobre a pouca geração de empregos e a baixa remuneração dos trabalhadores do campo.
Com base em dados do Censo Agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2006,- o programa de Robaina afirma que dos 441,5 mil estabelecimentos agropecuários no Rio Grande do Sul, que somavam 20,3 milhões de hectares, 27,2% – mais de um quarto – pertenciam a apenas 0,64% dos produtores rurais. Os números mais recentes do Censo Agropecuário, publicados após a elaboração do plano do PSOL, mostram uma concentração ainda maior: 0,97% dos produtores rurais concentram 33,34% das terras no RS – cerca de um terço.
O Truco nos Estados – projeto de checagem de fatos da Agência Pública, feito no RS em parceria com o Filtro Fact-checking – conferiu a proporção. O cálculo do PSOL leva em conta o número de proprietários de áreas superiores a 1.000 hectares, que eram 2,8 mil em 2006. Juntos, eles detinham um total de 5,5 milhões de hectares. O dado está correto, com base nas estatísticas de 2006.
Na divulgação dos resultados preliminares de 2017, o IBGE apontou que a concentração de terras aumentou ainda mais nos últimos 11 anos. No caso do Rio Grande do Sul, o número total de estabelecimentos caiu de 441,5 mil para 365 mil, ao passo que a área total das propriedades aumentou de 20,3 milhões de hectares para 21,6 milhões de hectares. Ou seja, há uma maior quantidade de terra distribuída em um número menor de propriedades no campo.
Do total de propriedades, 3,5 mil têm área superior a 1.000 hectares – somando cerca de 7,2 milhões de hectares: 0,97% dos produtores rurais concentram 33,34% das terras no RS – cerca de um terço.
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