Márcio França cita dado impossível de provar sobre investimento em pesquisa
Valor gasto por SP em relação ao PIB estadual superou o de países como Espanha e Rússia em 2011, mas não há números recentes
“A gente investe mais em pesquisa em São Paulo do que a Rússia, do que a Espanha.” – Márcio França (PSB), em entrevista ao UOL.
O candidato Márcio França (PSB), que disputa o segundo turno das eleições ao governo de São Paulo, afirmou que o investimento em pesquisa feito pelo estado é superior ao da Rússia e da Espanha. A frase foi dita na entrevista ao UOL e repetida no debate da Rede Bandeirantes, no dia 18 de outubro. O Truco nos Estados – projeto de checagem de informações da Agência Pública – verificou a afirmação do candidato e classificou a frase como impossível de provar. Como não há dados recentes sobre esse tema e os que existem, de 2011, são anteriores à crise econômica, não é possível saber se o comparativo ainda é válido.
A assessoria de imprensa de França enviou como fonte da informação um boletim de 2014 da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) com indicadores de gastos em pesquisa por país. O documento analisou a composição dessas despesas no estado de São Paulo em comparação com países-membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Segundo a publicação, a soma do investimento empresarial e não empresarial em pesquisa e desenvolvimento em São Paulo em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) estadual, em 2011, foi de 1,61% – superior à de países como Portugal, Espanha, Canadá e Rússia. Se observados apenas os investimentos feitos por empresas, o resultado também é favorável ao estado (0,97%) e continua a colocar São Paulo à frente desses e de outros países.
Esses porcentuais, no entanto, são anteriores à crise econômica – ou seja, não servem para saber quanto é investido hoje em pesquisa e desenvolvimento pelo estado. A Fapesp informou à reportagem que não possui dados mais recentes sobre o ranking de investimentos em pesquisa por países.
O levantamento publicado em 2014 usou uma metodologia própria, com números de diferentes fontes. Foram somados os investimentos de agências de fomento à pesquisa estaduais e federais, recursos de instituições de ensino superior estaduais, federais e privadas situadas no estado, de institutos de pesquisa estaduais e federais de São Paulo e de empresas que atuam com pesquisa e desenvolvimento.
Em 2016, último ano para o qual está disponível um boletim da Fapesp com indicadores de ciência, tecnologia e inovação, foi analisado o porcentual de doutores titulados em programas com notas 6 e 7. Logo, não foi publicada uma atualização das informações sobre os gastos públicos e privados com pesquisa.
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