Helder criou 107 equipes de saúde da família em Ananindeua? Exagerou, candidato!
Dados do Ministério da Saúde divergem do que disse o candidato do MDB.
“Criou 107 Equipes de Saúde da Família, deixando o município com 80% de cobertura”, Helder Barbalho (MDB), em imagem postada em sua página no Facebook, dia 23 de agosto.
Helder Barbalho foi prefeito de Ananindeua por dois mandatos, de 2005 a 2008 e de 2009 a 2012. Em imagem utilizada pela campanha do candidato do MDB, ele destacou a criação de 107 equipes de saúde da família, além da informação de que o município ficara àquela altura com 80% de cobertura nesse quesito. Os dados, no entanto, não procedem.
Conforme informações do Departamento de Atenção Básica (DAB) do Ministério da Saúde, em janeiro de 2005, quando Helder assumiu a prefeitura, Ananindeua tinha 26 equipes de saúde da família credenciadas pelo Ministério, 23 cadastradas no sistema e 23 já implantadas. A cobertura estimada era de 18,15% da população.
Em dezembro de 2012, quando o atual candidato do MDB ao governo do estado encerrava seu segundo mandato na gestão no município, havia 97 equipes de saúde da família credenciadas pelo Ministério da Saúde, 99 cadastradas no sistema e 96 implantadas. A cobertura populacional passava a ser de 69,29%.
Helder deixou Ananindeua, portanto, no quesito equipes de saúde da família, com uma cobertura próxima de 70% da população, não de 80%, como diz o texto da peça de campanha online. Quanto ao número de equipes criadas no período em que foi prefeito, são contabilizadas 71 novas equipes credenciadas, 76 cadastradas e 73 implantadas. Números distantes das 107 equipes citadas na fanpage do candidato.
A diretora de Políticas de Atenção Integral à Saúde da Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará, Socorro Bandeira, explica que é normal haver variação entre equipes credenciadas, cadastradas e implantadas. “As credenciadas são as que o Ministério calcula que o município poderia ter. As cadastradas são aquelas que o município cadastrou no CNES [Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde]. E as implantadas são as que o Ministério reconheceu como as que realmente têm condições de ser habilitadas.”
Mesmo se forem somadas as duas modalidades de equipes de saúde bucal, seriam mais 17 equipes credenciadas, cadastradas e implantadas, não alcançando o dado divulgado no Facebook. De acordo com o Ministério da Saúde, no entanto, “os dados de equipes de saúde bucal devem ser considerados de forma separada dos de Equipes de Saúde da Família uma vez que nem todas as equipes possuem equipes de saúde bucal”.
Assim, o Truco nos Estados, projeto de checagem de fatos da Agência Pública cujo parceiro no Pará é o Portal Outros400, classificou a declaração como ‘exagerada’.
Consultada, a assessoria de Helder informou que “A fonte utilizada como base da informação publicitária solicitada é a Secretaria Municipal de Saúde de Ananindeua, que possui todos os dados da saúde pública ofertada a população do município”.
Solicitamos os dados à prefeitura de Ananindeua, mas a assessoria não repassou a informação. Entramos em contato então com o Ministério da Saúde. Segundo a assessoria do Ministério, os dados são unificados, não sendo possível haver divergência entre as informações da prefeitura e as do governo federal.
“Toda Equipe de Saúde da Família precisa ser cadastrada no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde – CNES. Dessa forma não é possível haver divergência entre os dados”, explica a nota do Ministério da Saúde. O CNES é a base que operacionaliza os sistemas de informação em saúde.
O trabalho das equipes de saúde da família faz parte do modelo de atenção básica chamado Estratégia Saúde da Família (ESF). As equipes são multiprofissionais, formadas por médico, enfermeiro, auxiliar ou técnico de enfermagem e agente comunitário de saúde – profissionais da saúde bucal podem completar o grupo de trabalho.
Procurada para comentar a classificação dada pela Pública, a assessoria de Helder Barbalho não se manifestou até o fechamento do texto.
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