Quando era PFL, o DEM integrou o governo do Pará com vice
Valéria Pires Franco foi o nome do DEM na chapa que fez Simão Jatene (PSDB) governador pela primeira vez, de 2003 a 2006
“O meu partido nunca governou o Pará”, Márcio Miranda (DEM), em debate na TV Record, dia 29 de setembro.
Ao ser confrontado pelo candidato Fernando Carneiro, do PSOL, sobre a participação do Democratas tanto no governo estadual de Simão Jatene (PSDB) quanto no governo federal de Michel Temer (PMDB), Márcio Miranda, do DEM, disse que foi contra a decisão do partido de ocupar cargos na gestão Temer e que seu partido nunca governou o Pará.
No entanto, o candidato Márcio Miranda desconsiderou a presença de seu partido na vice-governadoria durante o primeiro dos três mandatos de Simão Jatene (2003-2006), o Truco nos Estados – projeto de checagem coordenado pela Agência Pública que, no Pará, tem parceria com o Portal Outros400, – dá o selo ‘Sem Contexto’ à declaração. A classificação se dá pois há elementos verdadeiros (o DEM nunca governou como cabeça de chapa), mas falta contexto necessário para compreender a afirmação, uma vez que o vice-governador é parte importante da composição da chapa que disputa eleições e governa.
No primeiro governo de Jatene, no entanto, o partido de Miranda, na época ainda PFL, compunha a chapa com Valéria Pires Franco como vice-governadora. Ela ficou no cargo durante os quatro anos, como comprovam os expedientes de 2 de janeiro de 2003 e de 29 de dezembro de 2006 do Diário Oficial do Estado do Pará – respectivamente, o primeiro e o últi1mo do mandato inicial de Jatene.
Além de vice-governadora, Valéria Pires Franco acumulou por um período a função de secretária de Proteção Social. Conforme aparece na capa do Diário oficial de 2 de janeiro de 2003, logo no início da gestão ela foi nomeada para o cargo. Na edição de 29 de dezembro de 2006, a secretaria já estava sob a coordenação de Teresa Cativo Rosa.
De acordo com Roberto Corrêa, doutor em Ciência Política e professor aposentado da Universidade Federal do Pará, o vice é parte da composição da chapa que governa. “Ele integra a responsabilidade”, avalia. “É o caso do [Michel] Temer. O PMDB foi convidado pelo PT pra fazer a aliança com a qual o primeiro e o segundo governo da Dilma [Rousseff] ocorrem. Então eles são diretamente responsáveis pelo governo”, completa Corrêa.
Entre dissidências e novas siglas
O PFL, Partido da Frente Liberal, foi fundado em 1985 como uma dissidência do PDS, Partido Democrático Social, sucessor da Arena, Aliança Renovadora Nacional, o lado governista do bipartidarismo que reinou no país durante a ditadura militar. A Arena fez quatro governadores no Pará: Alacid Nunes, Fernando Guilhon, Aloysio Chaves e Clóvis de Morais Rêgo. Alacid Nunes também governou pelo PDS.
A parceria entre PFL e PSDB, em âmbito nacional, consolidou-se em 1994, com o pefelista Marco Maciel sendo vice de Fernando Henrique Cardoso na chapa presidencial que acabou eleita. No Pará, antes mesmo de Jatene e Valéria, a dobradinha ocorreu com a chapa Almir Gabriel (PSDB) / Hélio Gueiros Júnior (PFL), também em 1994.
Numa convenção nacional, em março de 2007, foi aprovada a nova denominação da legenda. O PFL tornava-se Democratas, o DEM. Naquele encontro partidário, foi empossada a comissão provisória nacional do DEM, com Valéria Pires Franco ocupando uma das vice-presidências.
Para saber mais detalhes da participação do então PFL no primeiro governo Jatene, entramos contato com Valéria, através de sua empresa do ramo de corretagem de imóveis, mas não tivemos retorno. Em contato com o Diretório Estadual do Democratas no Pará, fomos informados que ela ainda é filiada ao partido, embora esteja afastada de funções políticas.
Márcio Miranda já era deputado estadual quando o partido ainda se chamava PFL. Questionada sobre a declaração do candidato, sua assessoria enviou a seguinte nota: “Márcio Miranda referiu-se diretamente ao partido do Governador ou Governadora do Pará. Trata-se do contrário de Helder Barbalho, cujo pai foi governador do Pará. Desde a redemocratização, o Pará foi governado por PSDB, PT e PMDB. Basta checar em qualquer registro histórico.”
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