Hospital Municipal de Breves não fechou após chegada de hospital regional
A declaração de Fernando Carneiro é desmentida pela Secretaria Municipal de Saúde, pelo Ministério Público do Estado do Pará e pelo Sindicato dos Trabalhadores de Saúde Pública
“Em muitos casos, como em Breves, por exemplo, você inaugura um hospital regional e o hospital municipal é fechado, então não adianta”, Fernando Carneiro (PSOL), em entrevista à Rede Cultura de Comunicação.
O Hospital Regional do Marajó, em Breves, foi inaugurado em setembro de 2010. Oito anos depois, a unidade de média e alta complexidade funciona com 70 leitos, sendo cinco UTIs neonatais, cinco UTIs pediátricas, sete UTIs adultas e 53 leitos compartilhados entre cirurgia geral, ortopedia, obstetrícia de alto risco, clínica pediátrica e clínica médica.
Com a chegada do Hospital Regional, no entanto, o Hospital Municipal de Breves não foi fechado. “Em nenhum momento aconteceu e nem acontecerá fechamento do Hospital Municipal de Breves por conta de qualquer unidade feita pelo governo do estado. Até porque nós somos polo municipal de saúde, porta de entrada de sete municípios, então nós não teríamos como estar fechando serviço nenhum”, esclarece o secretário municipal de saúde Amaury Soares da Cunha.
Segundo o secretário, o Hospital Municipal de Breves foi inaugurado em 1945. Recebeu ampliação em 1987. Hoje, tem capacidade de 90 leitos para as clínicas básicas, dos quais 84 estão funcionando. “A única coisa que mudou é que todo serviço de urgência e emergência que era feito dentro do espaço do hospital municipal foi repassado pra unidade de pronto atendimento”, diz Cunha. A UPA a que o secretário se refere foi inaugurada este ano em Breves, é a única instalada no município.
Em março, o Ministério Público do Estado do Pará realizou uma audiência pública para tratar de reclamações e pedir explicações sobre a situação do Hospital Municipal de Breves. “Eu conduzi essa audiência e já sinto uma melhora. Com a UPA, mudou muito. Porque o hospital agora é mais internação. A porta de entrada agora é a UPA”, avalia o promotor de justiça João Batista Macedo Júnior. Também o promotor garante que o hospital municipal não deixou de funcionar com a chegada do hospital regional.
O Sindicato dos Trabalhadores de Saúde Pública do Estado do Pará participou da audiência pública. A diretora de organização do núcleo de Breves, Rita Trindade, diz que ainda aguarda a resposta da secretaria municipal de saúde sobre os relatórios e as denúncias realizadas. Ela reitera que o hospital não parou de funcionar. “Nunca fechou o hospital municipal. É precário o atendimento, você sabe a rede do SUS como é. Mas sempre funcionou normalmente”, conta a diretora.
Em relação à audiência pública, o secretário Amaury da Cunha considera que a insatisfação de alguns trabalhadores e possíveis reclamações são compreensíveis, por conta do corte de verbas para a saúde. “O Sistema Único de Saúde passa por uma redução de financiamento federal da ordem de 30%. Isso respinga em cada município do território brasileiro”, explica. Como Breves é polo no Marajó, recebe pacientes também de outros municípios vizinhos.
O Hospital Regional do Marajó assumiu o atendimento especializado, recebendo casos a partir do sistema de regulação do estado, que faz o gerenciamento de leitos, considerando o tipo de atendimento necessário. “Quando não tinha o hospital regional, o hospital municipal ficava com todos os atendimentos e não sabia pra quem ia passar, porque ele não tinha todos os médicos. O regional chegou pra integrar o sistema de regulação estadual”, conta o diretor médico do hospital regional, Cláudio César de Oliveira.
A assessoria de Fernando Carneiro, consultada, informou que a fonte do candidato do PSOL são “denúncias de moradores do município, que relataram o fechamento de serviços no hospital municipal, após a inauguração do hospital regional”.
Como, no entanto, Secretaria Municipal de Saúde, Ministério Público do Estado do Pará e Sindicato dos Trabalhadores de Saúde Pública negam o fechamento, o Truco nos Estados – projeto de checagem de declarações coordenado pela Agência Pública que tem como parceiro no Pará o Portal Outros400 – concede o selo ‘falso’ à frase de Carneiro.
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