Pará tem a terceira pior malha rodoviária do país

Pesquisa CNT de Rodovias aponta que 86,5% das estradas do estado são péssimas, ruins ou regulares

Infraestrutura

Moisés Sarraf, Guilherme Guerreiro Neto, Jéssica Oliveira
3 minutos

“Que, inclusive, o estado do Pará foi recentemente indicado como um dos piores no que diz respeito à questão da infraestrutura rodoviária”, Fernando Carneiro (PSOL), em debate na TV Record.

Ao perguntar ao candidato Cleber Rabelo, do PSTU, sobre a situação das estradas e rodovias do estado, o candidato Fernando Carneiro, do PSOL, citou que o Pará seria uma das piores unidades da federação no quesito infraestrutura rodoviária.

Dados da 21ª Pesquisa CNT de Rodovias, de 2017, realizada em parceria pela Confederação Nacional de Transporte (CNT), pelo Serviço Social do Transporte (SEST) e pelo Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (SENAT), colocam o Pará como terceiro estado com mais deficiência na malha rodoviária percentualmente.

Estrada vicinal Transamazônica Velha, do município de Itupiranga, sudeste paraense, após chuvas do início deste ano (Foto: Ascom Defesa Civil).

Assim, o Truco nos Estados – projeto de checagem de declarações dos candidatos ao governo coordenado pela Agência Pública que, no Pará, tem como parceiro o Portal Outros400 – deu o selo ‘verdadeiro’ à afirmação de Carneiro.

A classificação do estado geral das rodovias realizada pela pesquisa inclui avaliação conjunta de pavimento, sinalização e geometria da via. São utilizadas as categorias ótimo, bom, regular, ruim e péssimo. Para contabilizar o percentual da malha que apresenta deficiências, a CNT soma os resultados regular, ruim e péssimo.

Considerando a extensão total das rodovias avaliadas por estado, o Amapá desponta com o pior índice, tendo 96,6% de vias como péssimas, ruins ou regulares. Na sequência aparece o Acre, com 95,5% da quilometragem das estradas nessas condições. O Pará é o terceiro pior: 86,5% de rodovias com deficiência (ver tabela). Na avaliação geral do país, 61,8% da extensão rodoviária têm problemas.

O percentual da malha rodoviária paraense classificado como péssimo, ruim ou regular equivale a 3.365 quilômetros dos 3.893 quilômetros avaliados. Segundo a pesquisa, com isso, o custo do transporte rodoviário acaba tendo acréscimo de 35,7%, “uma vez que rodovias com deficiência têm menos segurança, exigem mais manutenção dos veículos e maior consumo de combustível”.

Além disso, a Pesquisa CNT de Rodovias aponta trechos críticos nas estradas do Pará, sendo 50 pontos com buracos grandes e 14 com erosões na pista.

Questionada sobre a fonte da declaração, a assessoria de Fernando Carneiro citou o estudo da Confederação Nacional de Transporte, lembrando “que o Pará possui 3 trechos no ranking com as 10 piores ligações rodoviárias do Brasil”.

Em segundo lugar no ranking nacional, está o trecho Marabá – Dom Eliseu, que fica na BR-222. Em quarto lugar entre os piores do Brasil, está o trecho que vai de Marabá a Wanderlândia (MA), o que inclui as rodovias BR-153, BR-230 e PA-153. Por fim, ocupando o sexto lugar na lista dos dez piores, está o trecho Belém-Guaraí (TO), que abrange as rodovias BR-222, PA-150, PA-151, PA-252, PA-287, PA-447, PA-475, PA-483 e TO-336.

 

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